E o Semestre Acabou numa Explosão de Cores




É estranho iniciar um blog sobre a vida de universitário "teologando" falando sobre o FINAL do semestre. Eu poderia começar explicando quem sou e por que escolhi fazer uma segunda faculdade, e principalmente, por que teologia... Eu poderia começar explicando como é a rotina aqui no UNASP, poderia começar com a lista que preparei com "Coisas que aprendi no Internato". 
Mas vou começar com o fim dessa primeira etapa.

Vou começar com as cores.
Domingo foi a festa de despedida do semestre. A Batalha das Cores.

Teve "tobogã", teve futebol de sabão, teve aquelas lutas de cotonete, teve trilha sonora alto astral com direito a Hillsong Young & Free e For King & Country, teve aeróbica, teve picolé, teve balão e balde de água, teve cama elástica, teve chocolate, teve competição de quem comia mais banana, teve a batalha das cores e teve um bocado de gente querida.
Tem um pouquinho do que foi nesse vídeo aqui, dá só uma olhada!

E a razão de eu ter escolhido a festa de fim de semestre pra abrir o blog, é que enquanto eu me

divertia horrores no meio de tudo isso, eu não pude deixar de lembrar de alguns amigos que olharam torto pra mim quando eu disse que iria fazer teologia num colégio interno e ficaram imaginando que eu estava vindo para alguma espécie de convento ou seminário.
Uma amiga inclusive me chamou pra ir com ela numa noitada boêmia pra eu experimentar os prazeres da vida antes de virar "padre".

Mas pensando pelas experiências incríveis que passei durante esse semestre, desde a Festa dos Novatos até a Batalha das Cores, passando por uma semana de oração incrível, programações musicais de deixar boquiaberto e um programa do qual não posso falar muito chamado EJUC, eu não consigo deixar de sorrir diante da confirmação do que sempre respondo quando me perguntam como eu me divirto já que eu não bebo, não fumo, não saio transando por aí.


Eu não bebo por que eu não preciso E não quero. A resposta é simples.
Quando lembro do que passei e quando olho pra esse vídeo ali em cima e consigo pensar que estava me divertindo MUITO, de uma forma saudável (física e mentalmente falando), sem abrir mão dos princípios cristãos que escolhi seguir, sem abrir mão das amizades, sem abrir mão da sobriedade e da segurança eu só consigo pensar que é MUITO bom conseguir se divertir assim sem ter que virar pra Deus e dizer: "Olha aqui, Pai, eu preciso me divertir com coisas que sei que não te agradam, então fique aqui na Igreja enquanto eu vou lá".



Não preciso por que eu estava lá curtindo e agradecendo a Deus o tempo inteiro por ter me dado tudo isso, por me dar momentos assim mesmo em meio a um final de semestre estressante (eu ainda fiz prova hoje). 
Não tive aquela sensação que alguns tem de deixar Deus guardado dentro da Bíblia enquanto vai se divertir, justamente por que o cristianismo da forma que eu creio e estudo me ensina que Deus deve nos acompanhar em TUDO o que fazemos, afinal, o pecado se acha inicialmente no ato de se afastar de Deus.

É incrível pensar que estou numa instituição cristã onde eu moro, estudo e sirvo a Deus e poder virar para o mundo que acha que somos um bando de "crentes mau humorados" e dizer: "Migos, 'sejem menas'! Eu não preciso abrir mão dos meus princípios pra ser feliz! Não preciso beber, não preciso fumar, não preciso me tornar uma só carne com todas as mulheres que tiver vontade, não preciso deixar Deus em casa pra me divertir por que Ele SEMPRE está comigo!" 


E para aqueles que ainda vivem um cristianismo de cabresto, que nada tem a ver com a verdade que liberta, eu deixo a frase da imagem no início da postagem: "Seriedade não é um fruto do Espírito, alegria sim!" É só olhar a listinha lá em Gálatas 5:22 e 23.

"Foi para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gálatas 5:1), o mandamento é "Celebrai com júbilo ao Senhor!" (Salmo 100:1). O princípio é fazer TUDO para honra e glória de Deus (1Coríntios 10:31)!

Por isso quis começar com o fim do semestre, pois a Batalha das Cores me fez ser mais grato a Deus por me permitir ser feliz mesmo em meio a intensas provações, mesmo em meio à pressão de todos os lados, por me permitir ter momentos de lazer sem precisar abrir mão da minha adoração à Ele e dos seus princípios e preceitos de preservação da minha saúde, do meu corpo e da minha espiritualidade. 
Foto: Rodolfo Sanches Carvalho

Obviamente, alguns que não partilham da minha fé, ainda podem zombar e dizer que vivo o tal cristianismo de cabresto, mas tudo o que consigo sentir é compaixão por essas pessoas. Afinal, tenho uma promessa bem dita, bem escrita e bem verdadeira: "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.
Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus" Mateus 5:11,12.

E é alegrando e regozijando que nós, os "freaks" do mundo universitário, terminamos o semestre, em meio a um festival de cores que representa exatamente a diversidade que existe dentro dessa universidade, uma diversidade enorme de gente que escolheu adorar ao Senhor Criador de todas as cores.

Ufa! Primeiro semestre concluído com chave de ouro. Só faltam mais três anos e meio! 

Até a próxima, queridos!









Comentários

  1. Caro amigo... você está no primeiro período ainda, pelo que dá pra entender nesse seu post...

    Seus professores vão esmiuçar a história, os costumes, as culturas, e muito mais para tentar explicar a vcs o pq Jesus falou aquilo, o pq dos discípulos agiram daquela maneira, ou o pq daquela dura repreensão de Jesus a Maria, sua mãe, nas bodas de Caná, etc, etc, etc...

    Vindo com essa mesma linha de raciocínio, já que é um bom leitor, como se descreve, investigue a origem das "batidas sonoras"... investigue a origem do "ecumenismo musical"... investigue a origem do vosso "Happy Holi" unasp...

    Amigo, Deus não mandou o povo de Israel se separar completamente do povo ao redor atoa... E Ele não repetiu a mesma advertencia a EGW atoa...

    Muito me impacta ouvir de um futuro pastor da IASD um relato como esse... Que Deus tenha misericórdia de nós, igreja... que estamos muito mal de membros, hipócritas, como pode ser o meu caso, mas também tremendamente mal de pastores e futuros pastores, como pode ser o seu caso!!!

    Forte abraço, e boa caminhada!

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    Respostas
    1. Olá irmão! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
      Você está certo a respeito de eu ter acabado de concluir o primeiro período - que já me abriu bastante a mente para diversas coisas!
      Veja bem, sou jovem ainda, no início do curso de teologia, em plena consciência do tanto que ainda tenho que aprender e do quanto minha cabeça vai ser moldada e mudada nos próximos três anos e meio. Sou bem consciente também de todos os estudos pelos quais passarei a respeito de hermenêutica e exegese, a respeito de contextos históricos e culturais.
      Embora eu deva dizer também que minha pouca experiência se resume a 24 anos de adventista do sétimo dia, desde criança envolvido direta e indiretamente com a liderança da Igreja. Envolvido na liderança de Igrejas extremamente conservadoras - sou natural de Teófilo Otoni, segunda IASD do Brasil, herdada diretamente de colonos alemães, imagine! Envolvido também na liderança de uma Igreja que provoca reações controversas à uma primeira vista e/ou visita por adotar métodos de evangelismo contextualizado. Já experientei também no ambiente acadêmico, já que esse foi o primeiro semestre da minha segunda graduação (não quero parecer pedante, apenas estou contextualizando para que você entenda um pouco mais a meu respeito e consequentemente a respeito do que escrevi).
      Tenho plena consciência de muito do que é dito sobre a origem das batidas sonoras, sei o que é pregado a respeito de "ecumenismo musical" e sei a origem dos Happy Holi's.
      Embora eu questione o argumento da origem por diversos motivos que não convém explicar agora (uma vez que o campo da "origem" é um campo de argumentação bem traiçoeiro), devo destacar que o termo "Happy Holi" que usei no texto foi uma liberdade literária minha (e por isso vou até retirá-la do texto). Em nenhum momento o evento foi chamado de Happy Holi pela organização deste e a única semelhança entre o Happy Holi e a festa de fim de semestre foi um pó colorido feito de polvilho pelos próprios alunos e foi jogado para cima lá no finalzinho da tarde.
      Tudo o que aconteceu na festa, como descrevi na lista no início do texto, se parece muito com o que acontece a ANOS em festas de fim de semestre de internato, acampamentos e camporis de desbravadores.
      Por essas coisas partilho da sua preocupação a respeito da igreja. Ao contrário do que se pode pensar, numa análise superficial, esse relato meu não é um desabafo, não foi escrito como tal, e tem um motivo bem pertinente para ter sido postado.

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    2. Concordo PLENAMENTE quando você diz que Deus não deixou ordens sobre a separação do seu povo à toa – embora eu ache bem discutíveis as interpretações sobre o conceito “separação” que as pessoas que criticaram o evento usaram. E JUSTAMENTE por isso escrevi o texto. Relatos como o que eu escrevi e eventos sobre os quais escrevi são elementos que fazem com que o Evangelho chegue a pessoas que nunca terão contato com ele de forma convencional. São eventos assim mostram para essas pessoas que nós somos felizes, separados e diferentes do mundo JUSTAMENTE por não fazermos o que eles fazem, afinal, como já descrevi acima, tudo o que ocorreu lá é bem diferente do que acontece nos divertimentos "mundanos".
      Diante disso, só consigo pensar que as pessoas que compararam o que escrevi e o evento do UNASP com Happy Holis, festivais hindus, raves e outros, ou não sabem o que realmente acontecem nestes eventos e festas seculares, ou mesmo na famosa Campal de Indiana da qual EGW fala (e muitos usaram como argumento) OU não sabem o que realmente aconteceu no evento do UNASP e vem acontecendo há décadas em nossos acampamentos para fazer tais comparações.
      E isso é preocupante, por que se não sabem o que acontece no mundo, dificilmente vão conseguir pregar o Evangelho de forma efetiva, e se não sabem o que aconteceu na festa do UNASP, significam que estão cometendo o grave erro de criticar algo sobre o qual não conhecem, além de obviamente não conhecerem a instituição da qual fazem parte.
      Por isso partilho da sua preocupação em pedir misericórdia a Deus pelo futuro da nossa Igreja (e é essa preocupação uma das coisas que me motiva a estar aqui), por entender que existe um motivo para tudo o que se é escrito, me pergunto se um corpo de membros que assiste um vídeo, vê algumas fotos e lê um texto e já tira conclusões sobre o que aconteceu e sobre quem estava envolvido, baseadas em pressuposições e comparações sem fundamento... Não consigo deixar de pensar que essas mesmas pessoas que usam bases tão rasas para tirar conclusões aplicam as mesmas bases rasas para interpretar a Bíblia e o Espírito de Profecia. Que Deus tenha misericórdia de nós se isso for realmente o que acontece!

      Forte abraço e que Deus te abençoe!

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